Para alcançar bons resultados na granja e uma boa saúde gastrointestinal dos animais, é fundamental que a água de bebida seja de alta qualidade. Somente assim é possível aproveitar todo o investimento feito a nível de genética e nutrição, e explorar o máximo potencial dessas aves em termos de produção e qualidade dos ovos. Mas como resolver o problema da água contaminada numa propriedade? Veja abaixo os três principais pontos de preocupação para transformar a água de bebida de qualquer granja em um nutriente de alto valor e resultado:
1) Estrutura e dimensionamento do sistema hídrico
Para garantir uma água de boa qualidade, em primeiro lugar é importante avaliar a própria estrutura de abastecimento como um todo, como a capacidade dos reservatórios, posição das adutoras, pressão e vazão de água nos galpões ao longo do dia, material e diâmetro dos canos utilizados, presença de biofilme acumulado na linha, entre tantos outros. Precisamos sempre garantir que haja água suficiente para abastecer o número de aves de cada galpão, inclusive nos picos de consumo ao longo do dia. É somente a partir desse momento que passamos para uma segunda preocupação: a descontaminação dessa água.
2) Descontaminação da água e remoção do biofilme
Uma vez ajustada a estrutura, o segundo passo é garantir que a água captada se torne potável para consumo das poedeiras até o final da linha (último nipple). Isso é importante pois nem sempre a fonte de água é um problema, mas sim o trajeto que ela percorre pelos canos contaminados até chegar aos animais (especialmente quando vários aditivos são fornecidos via água de bebida, poluindo o sistema com a formação de biofilme). Ainda que o aspecto visual da água na fonte seja bom, é preciso avaliar a presença de metais em excesso (que possam prejudicar a eficácia de produtos como o Cloro, por exemplo).
Dentre os principais métodos para o tratamento da água estão o uso de Cloro, Dióxido de Cloro, e Ozônio. O Cloro (comumente utilizado na forma de hipoclorito de sódio) é uma alternativa mais barata para o tratamento da água. No entanto, a ideia de “cloração” geralmente está associada ao que conhecemos do seu uso na rede de distribuição para consumo humano, ou para águas em piscinas. De fato, para essas finalidades o cloro é uma boa opção, pois a relação entre pH, temperatura da água e tempo de contato do cloro é suficiente para sua ação biocida. Quando pensamos em um ambiente de granja, a temperatura e a velocidade com que a água passa nos canos são maiores (especialmente nos picos de consumo do dia), por isso a concentração e o tempo de contato do cloro com a água podem não ser suficientes para uma desinfecção eficaz e remoção do biofilme, especialmente se o pH estiver acima de 7. Um outro fato importante é que em águas onde o pH é mais elevado, o cloro pode se unir a metais como ferro e manganês formando compostos tóxicos aos animais, bem como alterando o odor e sabor da água (o que influencia o consumo).
O ozônio, por sua vez, é uma forma mais sofisticada de inativação de micro-organismos patogênicos na água, porém o seu custo-benefício deve ser avaliado. Além do custo de implementação ser mais alto, a meia-vida do ozônio é baixa, portanto ele tem baixo poder residual na água, e recomenda-se a sua associação à cloração. Um outro ponto importante é que o uso de ozônio em águas com alta concentração de Bromo pode levar à formação de formaldeídos e outros aldeídos tóxicos para os animais.
Uma opção com eficácia superior à cloração comum, por sua vez, é o uso de dióxido de cloro, o qual exige um manejo mais cuidadoso, muitas vezes com o uso de dosadores eletrônicos para a sua implementação. O dióxido de cloro oxida as moléculas orgânicas por meio da extração de elétrons, e permanece na forma de gás dissolvido na água, com ação biocida através da oxidação. Ao contrário do cloro, a ação biocida do dióxido de cloro não depende do pH da água, e além disso ele é mais estável (sofrendo menos decomposição ao longo do tempo).
3) Redução do pH da água
Por fim, mas não menos importante, quando a água de bebida já está limpa e descontaminada, podemos torná-la um ingrediente ainda melhor para a nutrição das aves através da acidificação. Reduzir o pH da água é importante para otimizar a digestão e saúde intestinal, além de aumentar a própria ingestão pelos animais. Essa estratégia, no entanto, só trará resultados concretos quando a água em si estiver livre de biofilme e contaminantes que causem diarreias nos animais, entre outras doenças.
Fale com a nossa equipe e agende uma visita na sua granja para avaliar o sistema de água. Este pode ser um desafio de biosseguridade que passa despercebido e reduz os seus resultados e lucros.