Estou criando bactérias resistentes dentro da granja? A preocupação mundial com redução da AMR (resistência aos antimicrobianos) se reflete diretamente na agropecuária porque 80% dos antibióticos consumidos no mundo são destinados à produção animal. Muitos programas de controle e vigilância sobre o uso de antibióticos já existem na Europa, e no Brasil isso vem chegando aos poucos com normativas e programas regidos pelo CFMV entre outras instituições. Neste sentido, o avicultor brasileiro que se prepara para o futuro pode pensar “Estou criando bactérias resistentes dentro da granja?” ou “Como posso evitar que isso aconteça e me preparar para as demandas do futuro?”. É sobre isso que vamos falar hoje.
Como uma bactéria se torna resistente?
Quanto maior o contato das bactérias com os antibióticos, maior será a probabilidade de aparecerem cepas mutantes resistentes. Em outras palavras, a presença do antibiótico acaba por eliminar bactérias sensíveis, de modo que aquelas que sobrevivem passam a se multiplicar. Isso significa selecionar as bactérias resistentes, que são minoria no início mas acabam rapidamente se tornando maioria. O desenvolvimento de resistência ocorre de diversas formas, como a mutação genética dentro da própria bactéria, ou mesmo a transferência de material genético entre bactérias diferentes. De uma forma ou de outra, essas mudanças genéticas representam uma “aprendizagem” da bactéria sobre como conviver com aquele princípio ativo sem perder sua atividade.
Como evitar o desenvolvimento de resistência dentro da sua granja?
A resposta para isso é muito lógica: para evitar a criação de resistência precisamos evitar o contato entre as bactérias e os antibióticos. Na avicultura, isso significa usar antibióticos de forma pontual, quando houver a necessidade de tratamento de animais doentes (e não de forma preventiva, ou abusiva). Por uma questão de bom senso, a retirada dos antibióticos deve ser feita de forma gradual nas granjas, e concomitantemente à implantação de protocolos rígidos de higiene e biosseguridade. É evitando que os animais adoeçam que conseguimos reduzir o uso de antibióticos, melhorar a saúde intestinal das aves, e obter melhor performance e imunidade.
Fale com a nossa equipe e dê o primeiro passo para produzir proteína animal usando menos antibióticos. O sucesso na produção animal começa com uma boa gestão de higiene.